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A principal mudança em uma AET com o eSocial


Bom dia, boa tarde, boa noite!

No artigo de hoje eu vou falar sobre a principal mudança na Análise Ergonômica do Trabalho – AET, além é claro, da mais perceptível, que é o preenchimento dos códigos referentes aos riscos ergonômicos, mas esse é assunto para um próximo post.

Com a migração dos dados do analógico para o digital na implantação do eSocial, uma nova mudança se faz necessário. Apesar de “simples” essa mudança é de fundamental relevância tanto para quem irá executar (o especialista em ergonomia), quanto para quem precisa gerenciar o eSocial (pessoal da área de Recursos Humanos, do SESMT, da gerência industrial etc).

Como sempre costumo dizer, o mais importante é se atentar ao conceito e não ficar preso só na execução… Entender o porquê e não focar só no como.

Como era, como é, e como deverá ficar.

Desde 1995, quando ouvi pela primeira vez falar de ANÁLISE ERGONÔMICA, ouço as pessoas falando em análise por posto de trabalho. Atualmente, o mais comum, principalmente na fase de orçamento, é cobrar a análise por função. Isso acontece na maior parte das vezes (pelo menos em 51% dos casos) pela facilidade que a empresa de consultoria tem de, ao invés de agendar uma visita na empresa para fazer um levantamento da demanda, utilizar a relação de funções com base no PPRA.

Tecnicamente essa duas práticas de definição da demanda: baseada em função ou posto de trabalho, nunca estiveram corretas. Mas agora, com a necessidade de atender ao eSocial, esqueça! A análise mais do que nunca tem que ser feita por ATIVIDADE!

Voltando um pouco. Quando a análise é feita por posto de trabalho ou por função, tanto quem contrata, quanto quem está sendo contratado, corre o risco de sub ou superestimar o projeto.

Imaginemos que o orçamento foi baseado por função. A empresa envia uma lista com 10 nomenclaturas diferentes: auxiliar de produção 1, 2, 3 … Considerando que existem pequenas diferenças entre esses cargos. Porém, na prática, os 10 auxiliares trabalham todos em um mesmo modelo de prensa. O analista irá considerar as diferenças entre cada equipamento (mesmo que eles sejam idênticos). Porém, a análise, desde que o processo (ciclo, ferramentas, máquinas, setups, número de pessoas), seja o mesmo, será somente uma, com pequenas variações, como a iluminância, por exemplo. Neste caso, o projeto está sendo superestimado. Pois, ao invés de cobrar por uma análise, serão dez.

O inverso é mais perigoso. A consultoria prevê 10 análises, com base nas 10 funções diferentes. Porém, cada auxiliar executa pelo menos 10 atividades completamente diferentes (um empacota, outro paletiza, outro movimenta paleteira manual, outro empilhadeira etc… Nesse caso, o projeto foi subestimado. De 100 para 10 análises.

De duas uma: ou a empresa contratada assume o prejuízo ou deixa de fazer todas as análises que não foram previstas na fase de levantamentos.

Entenda o motivo da análise ter que ser feita por atividade com o eSocial.

Com o eSocial, todas as informações referentes ao trabalhador estarão em um único lugar. Haverá uma integração entre diferentes fontes de informações: PPRA / PCMSO / CAT / AET etc… Dessa forma, se um operador sofrer um acidente de trabalho, realizando uma atividade que não estava prevista em sua descrição de cargo, a empresa pode ter problemas para explicar as divergências dessas informações.

Outros problemas como: desvio de função, equiparação salarial, acúmulo de função, exames médicos de mudança de função, podem agravar ainda mais a administração das pessoas e das informações.

E o mais relevante tecnicamente acontece na hora de preencher os códigos de cada categoria da tabela do eSocial destinada aos riscos ergonômicos: biomecânicos; mobiliários e equipamentos; organizacionais e psicossociais / cognitivos. Para não gerar dúvidas, é preciso identificar por meio da análise ergonômica do trabalho os riscos de cada atividade, individualmente.

Se você quiser se aprofundar mais nesse e em outros assuntos envolvendo a gestão de ergonomia fique atendo a data do próximo Workshop de Ergonomia.

Grande abraço e Go ahead together!

Omar Alexandre Sócio Fundador e Diretor Técnico Ergotríade e Ergotríade School

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