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10 dicas para melhorar o conforto térmico com base na Ergonomia


O verão está chegando e trazendo alguns velhos problemas, conhecidos de muitos gestores de produção, médicos do trabalho e profissionais de segurança: os riscos ergonômicos associados ao aumento da temperatura.

Quem já trabalhou – ou trabalha – em áreas produtivas que concentram equipamentos geradores de calor, ventilação e renovação insuficiente de ar, população predominantemente feminina e ainda um sol de 40 graus do lado de fora, sabe do que estamos falando.

Bomba relógio

É muito comum nesta época do ano atendermos clientes assustados com o alto índice de desmaios e males súbitos durante o trabalho, associados, quase sempre, à quedas importantes na produtividade.

E o que fazer?

A solução para esse tipo de problema esta, assim como a maioria dos problemas ergonômicos, associada à uma série de fatores que vão desde a região geográfica, até o tipo de roupa que as pessoas usam. Sendo assim, não é possível escrever uma receita de bolo que resolva todos os problemas, mas é possível enumerar as dicas mais comuns à maioria dos casos. Então vamos lá!

10 Dicas que vão lhe ajudar a tomar melhores decisões e minimizar o problema de desconforto térmico.

1) Organize o horário de trabalho.

Muitas vezes, por questões práticas ou por puro costume, as atividades mais pesadas são executadas justamente no pior momento do dia, onde o calor externo está no pico.

Converse com os gestores de produção e estudem uma forma de executar as tarefas mais críticas no período da manhã, deixando as mais leves para o horário da tarde.

Melhores horários: entre 6h e 7h da manhã ou a noite.

Evitar os horários: entre 10h e 17h.

2) Organize as atividades conforme a exigência física.

Como regra geral, a somatória do consumo energético nos períodos de atividade durante uma jornada de trabalho mais a somatória das pausas, não pode ultrapassar 1/3 da capacidade aeróbica de um trabalhador.

Exemplo:

Um ambiente com temperatura de bulbo seco em até 24ºC, em um dia considerado como “não quente”, deve exigir do trabalhador no máximo 2.160 Kcal/dia.

Para um dia com temperatura de 36ºC, esse valor cai para, no máximo, 1.344 kcal/dia.

3) Promova pausas.

A pausa é sempre mais eficiente quando realizada em períodos mais curtos, com menos espaçamentos, ao invés de pausas longas, feitas geralmente no final do turno.

No caso de ambientes com altas temperaturas, usar o limite de tolerância estabelecido com base no IBUTG (Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo), conforme a Norma Regulamentadora NR 15. Esses valores estão ligados a questões envolvendo insalubridade, e nosso foco nesse momento é o conforto térmico.

Em ambientes com calor radiante, é indicado que a pausa seja feita em locais com ar condicionado, com temperatura padronizada em 20ºC.

4) Afaste o trabalhador da fonte de calor.

Parece óbvio, mas as vezes não é.

O simples fato de aumentar a distância entre o indivíduo e a fonte de calor radiante ou o tempo de permanência nesse local, faz toda a diferença.

Isso pode ser feito aumentando o comprimento de uma esteira que sai de uma estufa ou secadora, por exemplo, ou organizando o trabalho de forma que a preparação de ferramentas, ou o preenchimento de relatórios e manuais seja feito em outro local, e que o trabalho diante da fonte emissora de calor, seja reduzido ao mínimo necessário.

5) Crie barreiras.

Outra medida é adotar barreiras entre os trabalhadores e a fonte de calor. Nesse caso, é importante identificar a fonte.

O alumínio cumpre muito bem esse papel. Biombos, revestimentos cerâmico, aventais prateados e até mesmo pintar o teto da empresa de uma cor clara ajudam muito a reduzir a temperatura.

6) Promova a renovação do ar e não simplesmente a circulação.

Muitas vezes, na intenção de garantir um pouco de conforto, instalam-se ventiladores que só fazem circular o ar quente, gerando uma sensação ainda pior. Já que o ar mais quente, concentrado no alto do telhado, tende a descer, aumentando ainda mais o desconforto térmico.

O ideal é promover a renovação do ar e isso geralmente é feito por meio de aberturas laterais que permitem que o ar de fora entre e empurre o ar quente para cima, que por sua vez escapa por aberturas de exaustão no telhado. Mas, se o seu telhado não foi projetado para isso, procure abrir portas, janelas e docas de expedição em diferentes posições do prédio, de modo a criar uma circulação e, por consequência, a renovação do ar. Ou desenvolver um projeto de adequação, que obviamente seria a melhor solução.

Ventiladores só devem ser utilizados em ambientes com temperatura inferior a 29ºC. Além disso, procure evitar que a velocidade do ar que chega ao trabalhador seja maior que 0,75 m/s.

7) Fique atento quanto a umidade relativa do ar.

Ao contrário do que as pessoas pensam, um ambiente com alta umidade não favorece o conforto térmico.

O conforto térmico está associado a temperatura do ar, a sua velocidade e a umidade relativa. Um ambiente frio com vento acarretará numa sensação térmica muito mais intensa. Já um ambiente quente com baixa velocidade do ar e alta umidade terá o efeito similar ao de uma estufa, ou seja, o ar saturado pela umidade interfere no mecanismo de suor que regula naturalmente a temperatura do corpo. As trocas de calor deixam de ser feitas e os efeitos são sentidos, literalmente, na pele.

O uso de desumidificadores cumpre bem essa função em ambientes com alta umidade relativa.

8) Invista no visual.

Muitas empresas, sobretudo aquelas que trabalham com processos mais pesados, acabam adotando uniformes de brim, justamente por serem mais resistentes ou simplesmente por uma questão de padronização com a matriz, esquecendo-se que muitas vezes as matrizes estão na Europa, onde as temperaturas, na maior parte do ano, são frias.

Se nós temos roupas adequadas às diferentes estações, então por que não podemos ter uniformes de verão? Muitos técnicos e engenheiros de segurança coçam atrás da orelha quando o assunto é uniformes mais leves; bermuda então nem pensar. Mas, uniformes não são EPIs. Se há riscos de cortes, escoriações ou contato com químicos, por exemplo, o ideal seria a utilização de vestimentas próprias. Mesmo que na sua empresa o processo ou as políticas não permitam bermudas, tente, pelo menos, oferecer uma camiseta mais leve, de algodão e cor clara. O algodão e o linho permitem uma boa evaporação do suor. No caso dos olhos, o uso de óculos com proteção infravermelha reduz a incidência do calor sobre os olhos.

9) Reposição hídrica e eletrolítica.

Nem sempre somente a ingestão de água é suficiente.

Em ambientes muito quentes associados a trabalhos fisicamente pesados, não basta somente fornecer água fresca.

A água deve ser ingerida aos poucos, em doses, e não deve ter temperatura inferior a 12ºC. Sobre a reposição de salina, não é necessário em trabalhadores aclimatados. Recomenda-se fornecer uma alimentação um pouco mais salgada ou até mesmo pipoca (naturalmente salgada) para a reposição de sódio.

Em ambientes industriais contar com equipamentos profissionais, mais robustos e que tem reservatórios de água fresca. Assim, independente da demanda, sempre haverá água na temperatura certa para reidratar e matar a sede.

10) De olho no cardápio

Por mais bruto que possa ser o sujeito, bater uma feijoada reforçada e voltar ao trabalho num ambiente quente não irá resultar em coisa boa. Portanto, converse com o nutricionista responsável pelas refeições e solicite um cardápio especialmente montado para o verão. O ideal é que a empresa tenha um Estudo de Conforto Térmico. Dependendo do tipo de atividade da sua empresa, não basta só a avaliação de calor que consta no LTCAT para questões de insalubridade. Um estudo de Conforto Térmico se torna uma ferramenta muito mais eficaz na solução de problemas específicos.

5 bons motivos para uma empresa realizar um Estudo de Conforto Térmico:

1) Os trabalhadores estão se queixando

Sempre que houver queixas por parte dos trabalhadores envolvendo desconforto térmico, mesmo que o LTCAT / PPRA não apontem atividade insalubres.

2) Houve modificação no processo

Sempre que houver uma mudança significativa no processo, de modo a acarretar a exposição à fontes de calor até então inexistentes. E mesmo que seja por tempo determinado.

3) Quando existe trabalho a céu aberto

Quando existir demanda de atividades que precisam ser feitas a céu aberto, principalmente em épocas do ano ou regiões do país onde a temperatura costuma ser mais elevada.

4) As pessoas estão passando mal

Sempre que o movimento no ambulatório aumentar com casos de desmaios ou males súbitos ou mesmo ao perceber aumento nas faltas ao trabalho.

5) O ambiente é insalubre

Quando o LTCAT / PPRA apontar insalubridade de um determinado setor ou atividade é necessário agir para buscar as devidas correções/ajustes.

Esse estudo deve apresentar no mínimo as seguintes informações:

  • Mapeamento do Processo Produtivo identificando os tipos de atividades conforme sua classificação: Leves, Moderadas ou Pesadas;

  • Percepção do trabalhador por meio de entrevistas e verbalização;

  • Análise de fadiga por meio de método comprovado, identificando se determinada atividade gera fadiga ou não;

  • Análise do esforço físico e dispêndio energético através da verificação da frequência cardíaca;

  • Avaliação de calor com o uso de equipamento adequado, calculando o IBUTG e utilizando o ábaco de temperatura efetiva;

  • Elaboração de um Plano de Ação com alternativas para eliminar ou mitigar os riscos identificados.

Para saber mais acesse a área PERSONAL da Ergotríade e baixe nosso e-book com um material completo e exclusivo sobre conforto térmico, incluindo detalhes sobre o ábaco de temperatura efetiva. Ainda não é assinante? Assine!

Decidiu fazer um Estudo de Conforto Térmico na sua empresa? Nós vamos até você!

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